António Ferreira de Serpa foi um historiador e genealogista açoriano que nasceu em Horta, ilha do Faial, em 1865 e faleceu em Lisboa em 1939. Publicou uma vasta obra sobre as famílias da ilha do Faial e sobre a historiografia açoriana. Sua obra “Os flamengos na ilha do Faial: A familia Utra”, lançada em 1929, é uma das mais conhecidas e importantes sobre a história dos Açores, e recentemente, foi disponibilizada para download, em formato PDF, pela fundação espanhola Fundación Ignacio Larramendi. Serpa é considerado um dos principais historiadores açorianos da primeira metade do século XX.

O livro aborda as circunstâncias em que se deu a presença dos flamengos na ilha do Faial, nos Açores, a partir de 1467, e a história da família Utra, que se estabeleceu na região depois de Joss van Hurtere (há dezenas variações, dentro as mais comuns Joz van Huerter) ter recebido a ilha do Faial como primeiro donatário, e anos depois, sendo também capitão donatário da ilha do Pico. Através de documentos históricos, em especial os compilados na publicação “História das quatro ilhas que Formam o distrito da Horta” de Antonio Lourenço da Silveira Macedo, o autor retrata a vida dos flamengos na ilha, incluindo sua cultura, religião, comércio e interações com os habitantes locais. A obra também traz informações sobre a arquitetura e as fortificações construídas pelos flamengos na região.

Montagem com duas fotos, à esquerda a capa do livro ''Os flamengos na ilha do Faial: A familia Utra' de António Ferreira de Serpa, e à direita, pedra sepulcral de Joss van Hurtere.
À esquerda, capa do livro 'Os flamengos na ilha do Faial: A familia Utra' de António Ferreira de Serpa, publicado em 1929, e à direita, pedra sepulcral de Joss van Hurtere, que hoje se encontra no Museu da Horta, na ilha do Faial.

Este livro é uma fonte importante para a história açoriana, mas também para a história familiar dos que carregam o sobrenome Dutra. Sendo uma aglutinação de “de” e “Utra”, tem como origem o sobrenome flamengo “van Hurtere”, que passou por um processo de adaptação gerando algumas variações como: Utra, Hutre, Hutra, Dultra, Dutra, e outras.

O download do livro em formato PDF pode ser feito através do website da Biblioteca Virtual da Fundación Ignacio Larramendi, clicando em “Libro”.

Referências

BARATA, Carlos Eduardo de Almeida; BUENO, Antônio Henrique da Cunha. Dicionário das Famílias Brasileiras. Tomo 1, Vol. 1. São Paulo: Ibero América, 1999.

CULTURA - Governo dos Açores. António Ferreira de Serpa. Enciclopédia Açoriana, Angra do Heroísmo, Portugal, [201-?]. Disponível em: http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=10019. Acesso em: 19 abr. 2023.

GUÉRIOS, Rosário Farâni Mansur. Dicionário etimológico de nomes e sobrenomes. 2. ed. São Paulo: Ave Maria, 1973.

SERPA, António Ferreira de. Os flamengos na ilha do Faial: A familia Utra. Lisboa: Centro Tipografico Colonial, 1929.

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