Túmulo da Família Victorio Bertolin
Em 1909, uma família francesa embarcou no vapor Frisia no porto de La Pallice, França, rumo ao Rio de Janeiro. Essa família era composta por Ernest (pai), Louise (mãe), Marceau (filho), Bérangère (filha) e Mercedés (filha), respectivamente com 35, 34, 11, 8 e 3 anos.
A Bérangère, cujo nome completo era Bérangère Marcelle Louise BIDIER, é uma das minhas bisavós maternas. Os nomes completos de Marceau e da Mercedés eram Marceau Marcelin Ernest BIDIER e Mercedés Georgette Suzanne BIDIER. Os pais deles eram Ernest BIDIER e Louise Armanda MICHAU, meus trisavós.
Rumos tomados
Essa família é o meu ramo francês. Primeiramente eles se estabeleceram em Ribeirão Preto, mais precisamente na Fazenda Guatapará. Alguns anos depois, o filho mais velho, Marceau, voltou à França para cumprir o serviço militar e acabou por se estabelecer por lá definitivamente. Em Guatapará, minha bisavó Bérangère, se casou com o português, Adão Gomes MAIA, em 1923 e teve seu primeiro filho, o meu avô materno, Alberto Marceau MAIA, nascido em 1924.
Não sei exatamente qual foi a motivação de terem deixado Guatapará, mas uma hipótese é que por conta do trabalho de mecânico/ferramenteiro do meu bisavô Adão nas indústrias Matarazzo ele tenha recebido uma proposta ou vislumbrou a possibilidade de vir para São Paulo. Isso aconteceu pouco depois do nascimento do seu primeiro filho, Alberto. Pelo que consta a história familiar, Ernest e Louise permaneceram ainda um tempo na fazenda, mas já em 1928, a filha mais nova, Mercedés, se casa na Moóca em São Paulo com Victorio Bertolin, filho de italianos e nascido em Barbacena, Minas Gerais.
Victorio e Mercedés moraram na Rua Sumidouro, no bairro de Pinheiros em São Paulo, onde hoje é um conjunto de edifícios residênciais. Ele possuía uma olaria e tinha como hobby seu orquidário, com que participava de concursos e chegou a ganhar alguns, inclusive.
Depois do falecimento do Ernest, a Louise morou com a sua filha mais nova, Mercedés, e ajudou a criar seus filhos, Rene e Ary. Até falecimento da Mercedés, em 1956, com apenas 50 anos. Ela passou a morar com a minha bisavó Bérangère, mas como brigavam muito, ela foi morar com os netos, até o seu falecimento.
Desse núcleo familiar, me faltavam as informações de óbito do casal Ernest e Louise, meus trisavós. Cruzando as informações que eu já possuía com a história contada por familiares, eu tinha mais ou menos uma ideia do período do falecimento e já havia feito algumas tentativas em cartórios para tentar localizar seus assentos de óbito. O caso mais crítico era do Ernest, pois tinha uma lacuna de tempo grande e pesquisar essas coisas no Brasil é sempre uma dificuldade.
Túmulo
Consegui finalmente um tempinho no final de semana e fui até o cemitério onde constava que a Mercedés havia sido enterrada, o Cemitério São Paulo Cardeal. Os funcionários da administração conseguiram localizar a sepultura e consegui obter as informações de óbito dos que me faltavam.
Transcrevo aqui as informações das placas funerárias dos meus trisavós Ernest e Louise, sua filha Mercedés e Victorio:
| Nome | Nascimento | Falecimento |
|---|---|---|
| Ernesto BIDIER | 17 janeiro 1874 | 14 julho 1940 |
| Louise Amanda Michau BIDIER | 12 agosto 1875 | 26 junho 1966 |
| Mercedés BERTOLIN | 20 dezembro 1906 | 31 março 1956 |
| Victorio BERTOLIN | 17 maio 1899 | 2 outubro 1976 |
| Rene A. BERTOLIN | 19 outubro 1928 | 21 abril 2007 |
| Ary Ernesto BERTOLIN | 8 junho 1932 | 25 maio 1980 |
| Edier BERTOLIN | 23 junho 1976 | 25 junho 1976 |
| Lucas Bertolin TEIXEIRA | 5 janeiro 1988 | 5 janeiro 1988 |
| Nome | Nascimento | Falecimento |
Agora é correr no cartório e obter as certidões.
— einde 🇳🇱